22/11/2013
Como conviver com pessoas difíceis
Publicado por Frederico Mattos
É bem difícil quando convivemos com pessoas problemáticas (mau
humoradas, raivosas, paranoicas
inconstantes, chantagistas, vingativas, quadradas, radicais,
dominadoras). Acho que se a pessoa não se dispõe a melhorar a unica coisa a
fazer é cuidar da SUA necessidade de que ela melhore…
Recebo diariamente muitos pedidos de fórmulas mágicas para driblar o pai
mala, a mãe dominadora, o namorado egoísta, a namorada maluca, o vizinho
inconveniente, o chefe descontrolado e etc.
Não existe uma maneira milagrosa de agir que faça que esse tipo de
maluquice desapareça de um momento para o outro. Infelizmente muitas pessoas
sofrem pela simples esperança (incutida por filmes heroicos) de que com amor,
apoio, conversas e incentivo as pessoas mudam.Elas até podem ficar menos
difíceis, mas não será você a mudar o mundo que o cerca.
Conviver com pessoas difíceis é um desafio para se manter equilibrado,
afinal coabitar com a insanidade alheia é um belo convite para despertar a
própria loucura.
Isso é bem frequente alias, pois é muito “confortável” passar a vida
inteira apontando o dedo para um familiar com graves problemas de personalidade
enquanto a sua própria limitação fica eclipsada.
Pessoas mudam quando estão na seguintes situações:
- Exaustão das fórmulas habituais.
- Significado profundo da vida.
- Quando realmente tem consciência do mal que causam para si e para os
outros.
- Quando existe uma motivação que desperte sua vontade real para a vida
toda.
Pessoas mudam momentaneamente e fazem você acreditar que foi de verdade
(e se decepcionar no futuro) quando:
- Se apaixonam.
- Fazem alguma besteira com você.
- Estão ameaçadas de perder alguma vantagem (financeira, sexual,
social).
- Chantagem emocional.
Quando você convive com uma pessoa descontrolada financeiramente parece
que seus gastos exorbitantes nem são muito grandes. Se é alguém que grita nem
nota que também aumentou o tom de voz. Quem convive com pessoas difíceis
costuma se ver com certa dependência emocional realimentando o ciclo de
insanidades. Como familiares de uma pessoa drogada, já vi muita gente passando
a mão na cabeça de adulto mimado ou chiliquento para não “piorar” a situação.
Nem notam que já passou do limite do pior.
Se seu namorado(a) é um xarope, sinto muito, não será seu lindo carinho
e paciência que o mudarão. Se sua mãe é depressiva e chantagista não existe
cafuné que dê jeito. Se seu irmão bateu com os pinos numa favela atrás de
drogas não é seu olhar angelical que o convencerá do contrário.
Para problemas mais graves (você nunca vai achar que é grave) só com
tratamento especializado. Muitas vezes até com ajuda médica, psicológica e
policial tem casos que estão além do alcance pessoal. Nessas horas é preciso
assumir uma dose de desapego e perceber que é preciso humildade para reconhecer
o seu limite. Na tentativa de tirar alguém da areia movediça você precisa se
cuidar antes para não ficar aprisionado nesse ciclo sem fim.
Lembre-se que a sua felicidade também é uma forma inspiradora de ajudar
mesmo que mantenha distância.