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HISTORIA DA VIDA DE JOSE GOMES DOS SANTOS
Dia 18 de março foi o aniversario de papai o juiz , professor e ex-combatente hoje aposentado José Gomes dos Santos , hoje uma pessoa com 88 anos, nascido em Recife, e para minha surpresa descobri que também poético, escritor. Escritor das coisas da vida , da guerra na Itália, do vestibular de medicina que não pode cursar, porque não tinha condições , mais com muito esforço fez a Faculdade de Direito em João Pessoa já casado , e conseguiu se formar em Direito ,foi promotor e depois juiz. Escritor dos amores que viveu, dos que não pode viver , dos sonhos, das paixões pelas alunas , dos envolvimentos com mulheres mais novas que o faziam sentir novo cheio de vigor. E só agora aos 88 anos, minhas irmães encontraram poesias que ele como” Josan Gomes “escrevia para o Jornal Correio, fez uma encadernação , e muito o emocionou quando recebeu . Estou agora publicando no meu blog, cada dia uma passagem da vida de meu pai.
Dia 18 de março foi o aniversario de papai o juiz , professor e ex-combatente hoje aposentado José Gomes dos Santos , hoje uma pessoa com 88 anos, nascido em Recife, e para minha surpresa descobri que também poético, escritor. Escritor das coisas da vida , da guerra na Itália, do vestibular de medicina que não pode cursar, porque não tinha condições , mais com muito esforço fez a Faculdade de Direito em João Pessoa já casado , e conseguiu se formar em Direito ,foi promotor e depois juiz. Escritor dos amores que viveu, dos que não pode viver , dos sonhos, das paixões pelas alunas , dos envolvimentos com mulheres mais novas que o faziam sentir novo cheio de vigor. E só agora aos 88 anos, minhas irmães encontraram poesias que ele como” Josan Gomes “escrevia para o Jornal Correio, fez uma encadernação , e muito o emocionou quando recebeu . Estou agora publicando no meu blog, cada dia uma passagem da vida de meu pai.
Primeiro Capitulo
O DIA DA VITÓRIA
E OUTRAS GUERRAS
Ele estava ali sentado, era 8 de maio de 1945. No dia 2, do mesmo mês, os alemães haviam se rendido em todo o território italiano e, os brasileiros usufruíram da paz, embora a guerra ainda continuasse na Alemanha, onde era quase certa, também, a rendição dos últimos nazistas.
Ele com dezenove anos era sargento da artilharia, mas estava em um Batalhão de Infantaria. Era o único nordestino numa Companhia de catarinenses e gaúchos, que o chamavam de “baiano”; para eles todos os nordestinos eram baianos. Eram soldados disciplinados, “grandalhões”, e toda tarde ele participava da cerimônia do “chimarrão” com os oficiais e sargentos.
Estava ali rememorando a sua participação na guerra, no ataque frustrado ao Monte Castelo, que tomara parte. Na tomada de Montese e no seu empenho em procurar evitar que os homens do seu grupo de combate fossem feridos, e nas patrulhas de que participara. Graças a Deus não sofrera nenhuma baixa.
Estava gravado na sua mente, quando fora mandado para o front e passava por Pistoia numa viatura militar, olhando para as jovens italianas que passavam, pensou: “Meu Deus! Tão jovem e vou morrer. Nunca mais terei uma mulher.”.
Pensava nos sargentos mineiros “Pitinga” e Carlos, o primeiro morrera no primeiro dia de combate e o outro fora ferido no bumbum, que naquela época tinha um nome diferente.
Se lembrava do capitão comandante da Companhia, que todo dia escrevia uma carta para esposa, no Rio.
Pensava na sua mãe, em Recife. Perdera o pai ainda pequeno e a sua mãe fora que assumira tudo. Os seus vencimentos eram bons, ganhava seis vezes mais do que o que percebia no Brasil como Sargento, e era dividido em três partes: uma ia para a sua mãe, a segunda ficava no Banco do Brasil, como fundo de previdência, e a terceira recebia na Itália.
À tardinha veio a notícia pelo rádio: os nazistas haviam se rendido em todo o território alemão.
Finalmente terminara aquele roteiro atroz e sanguinolento de matar, ou morrer, em que era figurante.
Mas aí começava outra guerra: a guerra da “tocha”.
E OUTRAS GUERRAS
Ele estava ali sentado, era 8 de maio de 1945. No dia 2, do mesmo mês, os alemães haviam se rendido em todo o território italiano e, os brasileiros usufruíram da paz, embora a guerra ainda continuasse na Alemanha, onde era quase certa, também, a rendição dos últimos nazistas.
Ele com dezenove anos era sargento da artilharia, mas estava em um Batalhão de Infantaria. Era o único nordestino numa Companhia de catarinenses e gaúchos, que o chamavam de “baiano”; para eles todos os nordestinos eram baianos. Eram soldados disciplinados, “grandalhões”, e toda tarde ele participava da cerimônia do “chimarrão” com os oficiais e sargentos.
Estava ali rememorando a sua participação na guerra, no ataque frustrado ao Monte Castelo, que tomara parte. Na tomada de Montese e no seu empenho em procurar evitar que os homens do seu grupo de combate fossem feridos, e nas patrulhas de que participara. Graças a Deus não sofrera nenhuma baixa.
Estava gravado na sua mente, quando fora mandado para o front e passava por Pistoia numa viatura militar, olhando para as jovens italianas que passavam, pensou: “Meu Deus! Tão jovem e vou morrer. Nunca mais terei uma mulher.”.
Pensava nos sargentos mineiros “Pitinga” e Carlos, o primeiro morrera no primeiro dia de combate e o outro fora ferido no bumbum, que naquela época tinha um nome diferente.
Se lembrava do capitão comandante da Companhia, que todo dia escrevia uma carta para esposa, no Rio.
Pensava na sua mãe, em Recife. Perdera o pai ainda pequeno e a sua mãe fora que assumira tudo. Os seus vencimentos eram bons, ganhava seis vezes mais do que o que percebia no Brasil como Sargento, e era dividido em três partes: uma ia para a sua mãe, a segunda ficava no Banco do Brasil, como fundo de previdência, e a terceira recebia na Itália.
À tardinha veio a notícia pelo rádio: os nazistas haviam se rendido em todo o território alemão.
Finalmente terminara aquele roteiro atroz e sanguinolento de matar, ou morrer, em que era figurante.
Mas aí começava outra guerra: a guerra da “tocha”.
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