quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Na angústia me deste largueza. (Sl 4.1.)

8 de Setembro
Na angústia me deste largueza. (Sl 4.1.)
Este é um dos maiores testemunhos dados pelo homem quanto
ao governo moral de Deus. Não é uma palavra de ação de graças a Deus
por ter sido livre de sofrimento. É ação de graças por ter sido libertado
através do sofrimento, pois diz: "Na angústia me deste largueza." Ele
declara que as próprias tristezas foram a fonte de um alargamento na
vida.
E você já não descobriu mil vezes a verdade disto? Está escrito a
respeito de José na prisão, que o ferro entrou em sua própria alma. Todos
nós sentimos que o de que José necessitava para o bem de sua alma era
justamente o ferro. Ele tinha visto o brilho do ouro; tinha-se alegrado nos
sonhos dos dias jovens, e os sonhos endurecem o coração.
Quem derrama lágrimas sobre a narrativa de um romance não
estará muito apto a servir de auxílio na vida real; a verdadeira tristeza lhe
parecerá muito sem poesia. Precisamos do ferro para alargar a nossa
natureza. O ouro é apenas uma visão; o ferro é uma experiência. A
corrente que me liga à humanidade precisa ser de ferro. Aquele toque de
humanidade que nos irmana com o mundo não é a alegria, mas a tristeza.
O ouro é parcial, o ferro é universal.
Minha alma, se você quer ser alargada na sua compaixão e na
sua capacidade de sentir com os outros, precisa ser estreitada dentro de
limites de sofrimento humano. A prisão de José foi sua estrada para o
trono. Você não é capaz de carregar a carga de ferro de seu irmão. Se o
ferro ainda não entrou em seu coração. As coisas que a limitam na
verdade são as que a alargam.
As sombras da sua vida é que são o verdadeiro cumprimento dos
seus sonhos de glória. Não se queixe das sombras, minha alma, elas
contém revelações melhores do que as dos seus sonhos. Não diga que
as sombras da prisão a acorrentaram; os grilhões das horas sombrias na
verdade são asas — asas que a levam em vôo para dentro do seio da
humanidade. A porta da sua prisão dá para o coração do universo. Deus a
tem alargado, através dos grilhões da corrente do sofrimento. — George
Matheson
Se José não tivesse sido prisioneiro, nunca teria sido governador
do Egito. A cadeia de ferro em que prendeu seus pés foi a preparação
para a cadeia de ouro que foi colocada em volta do seu pescoço.

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