MIRAGEM – Diário da Borborema, em 10/12/95, domingo.
Saiu pelo mundo, buscando uma utopia.
Era muito difícil e ele bem o sabia.
Pensar que existia a sinceridade,
Podia encontrar, no máximo, a amizade.
Amou, foi amado, sentiu até saudade,
Mas o que ele buscava era a sinceridade.
O tempo foi passando e ele nem o sentia.
Continuava insistindo no que tanto queria.
A curva da vida, subiu, foi descendo
E ele continuava o seu ideal, querendo.
Entrou no deserto, mudou de idade.
E teve alguns momentos de felicidade.
Continuava a vida e o tempo passando.
As forças, o alimento, a água acabando.
Sofria com a areia, a sede, o sol do deserto.
Mas pensava, o seu ideal devia estar perto.
Nisto surgiu a deusa da sinceridade
E ele sentiu o calor da felicidade.
Tentou pegar a mão que ela estendia.
Mas era apenas miragem e ele não sabia.
Tudo sumiu, era apenas uma ilusão,
Brincando de explodir o seu coração.
Sorrindo no horizonte, diz a impossibilidade,
O que você pode encontrar é só a falsidade.
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