sexta-feira, 8 de abril de 2011

SEGUNDA ETAPA DO ESCRITOR JOSE GOMES DOS SANTOS /JOSAN GOMES

APENAS UM PEDAÇO DE VIDA – Diário da Borborema, em 13/11/94.

Era primavera no ano de noventa um.

Num dia lindo e muito ensolarado,

Os caminhos convergiam e eles se eles se encontraram.

Sentiram forte atração e logo se amaram.

Ela era jovem, bonita e livre.

Ele não era jovem, também não era livre.

Ele a tratava como uma criança querida.

Ela pensava ser mais uma na sua vida.

Começaram a construir um castelo de areia

Devia tocar as estrelas deste céu tão azul.

Seria majestoso, um castelo formidável.

Devia ser muito belo, uma obra inigualável.

E o castelo foi surgindo na paisagem verdejante.

Repleto de sonhos lindos, esta obra majestosa.

Embora de areia, foi crescendo no espaço.

Parecendo até ter, a rigidez do aço.

Veio o verão do ano de noventa e dois.

O sol, as flores, a paisagem, tudo era belo.

E eles externavam amor e felicidade,

Entre os dois havia muito mais que amizade.

Ele sabia, Seu castelo não iria longe.

Era um castelo de areia, repleto de sonhos.

Ansiava apenas que iria vê-la formada.

Sonhava vê-la, totalmente realizada.

Então ela seguiria o seu caminho.

E ele continuava a sua vida.

Era o que queria pra sua amada.

Então seguiria outra estrada.

Veio o outono, o inverno, a primavera.

Os dois felizes, se amavam, se completavam.

E o castelo irradiava felicidade.

Lá não havia lugar para a saudade.

Chegou noventa e três. Um ano aziago.

No horizonte, nuvens negras surgiram.

Gigantes, que prenunciavam tempestade.

E no seu bojo, só trazia, infelicidade.

No mês de outubro, chegou a tempestade.

E ao ventos logo destruíram seu castelo.

Num instante foi embora a sua felicidade.

E no seu lugar, restou apenas, a Saudade.

Um montão de areia, disforme, sem vida.

Fora o que restara da sua obra querida.

E ele, sentado, olhava desolado,

O vento açoitar seu castelo destroçado.

Terminava assim, tudo o que ele amara,

Pois a lei da vida, ele violara.

Tudo acabou. Nada mais restava.

E o que ele fazia? Nada. Só chorava.

Ela seguiu o cainho que escolheu.

Ele ficou na estrada que restou.

E cada um seguiu pra sua lida.

Mas, assim, são as coisas da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário